Olha, vou falar, eu ultimamente embarquei na onda NA e livros desse gênero era tudo que eu estava lendo. Se eu estava louca em Sarah Dessen e sua pegada coming of age, eu dei a louca com NA depois de conhecer a Jessica Soresen (The Coincidence series, The Secret series e etc). Porém, eu fiquei meio encucada com Maybe Someday porque é da Colleen Hoover, e nós duas temos um passado. Ela sempre acaba me agradando e me decepcionando ao mesmo tempo e em um só livro. Em Métrica eu amei o lance dos slams  e não curti muito os personagens. Em Hopeless, foi muito triste e muito triste, me agradou o desenvolvimento e o plot mas me decepcionaram os personagens, novamente. Mas eu li. Eu li, não me arrependi mas fui agradada e decepcionada assim como nas outras vezes. Há muito o que falar desse livro, então se preparem que lá vem texto...

Em Maybe Someday, Colleen nos apresenta Sydney Blake. Ela trabalha na biblioteca da faculdade onde estuda música, está apaixonada por seu namorado de anos, Hunter, e divide um apê com a sua melhor amiga, Tori. Todos os dias, um rapaz vai para a sacada do seu apartamento e toca lindas músicas. E todos os dias, Syd vai para sua própria sacada ouvi-lo. A vida boa de Syd acaba quando ela descobre que Hunter e Tori estão tendo um caso. E é aí que ela vai parar na casa de Ridge, que lhe oferece um teto. Ridge é o vizinho que toca todas as noites. Se antes ele escrevia canções para sua banda que bombavam e todos pareciam gostar, agora ele está totalmente sem inspiração e letra nenhuma é escrita, apenas melodias são criadas. 

Ridge repara que Syd cantarola suas músicas, enquanto ainda só se conhecem de vista pela sacada, e se passa seu número para ela e a pede que passe ao menos uma de suas letras a ele. Quando Syd passa, ele repara que ela é boa. Muito boa. E quando ela não tem onde ficar, graças a ter dado um murro merecido em Tori e outro em Hunter, ele a oferece um lugar e pede em troca as letras escritas por ela. Aí nós temos o começo de uma amizade e parceria. Mas há muito mais aí.

A sacada de Colleen Hoover é sempre a mesma para todos os livros: é a delicadeza da trama e dos assuntos tratados. É aquilo que ela põe em cada personagem que poderia quebrá-lo, derrubá-lo, mas sempre os faz mais fortes. E dá certo. Em Maybe Someday, essa sacada está em Ridge que é surdo e não fala uma palavra (não que ele não saiba como mas é uma preferência pessoal). A primeira pergunta que se pode passar na cabeça de um leitor é: como é que é a comunicação entre os personagens? Ainda mais quando um livro é feito de palavras e os personagens precisam dizer algo. Syd e Ridge se comunicam por mensagens de celular, do Facebook e mesmo por bilhetes. 

E é lindo. É o que há de mais bonito no livro. Esse personagem nos mostra algo que já devíamos saber. Porque, às vezes, se pararmos para pensar bem, nós só queremos ouvir. Ridge por não poder ouvir, aprendeu a sentir. Gestos valem mais do que palavras. Colleen tem muito disso, sabe? De pegar um personagem arrasado pela vida que tem tudo para ser amargo e faz dele alguém com um grande coração e o faz amar a vida. Syd parece entendê-lo tão bem, enxergá-lo tão profundamente e entre letras e canções,  como já esperado, há sentimentos surgindo de ambas as partes.

Mas há o problema que tanto eu, quanto Ridge deveríamos ter mencionado antes: a namorada. Maggie também é surda mas fala abertamente. É uma das melhores personagens do livro; ela é amada incondicionalmente por Ridge e é sempre sua primeira opção. É um amor protetor e (quase) obsessivo. É o que põe uma pausa no relacionamento de Ridge e Syd mas também é o que move os feelings que você vai ter nesse livro. Ah, acredite, você vai amá-la e odiá-la por existir. E todo esse lance poderia deixá-lo com um pé atrás, mas desenvolvimento é muito bom. A trama é toda bem construída pacientemente e, mesmo com um plot tão difícil e delicado, não encontramos buracos ou falhas. Mas os personagens, ughhhh...

Sydney é tão chorona que devia ser irmã de Lake (a personagem principal de Métrica, sabe?). Eu juro que tentei entender todo o chororô, me pondo em seu lugar mas eu não choraria daquele jeito mesmo. Entendo, Syd, que é muito difícil para você estar apaixonada por um cara surdo que ama incondicionalmente a namorada, mas... pra quê chorar tanto? Relevei pelo bem da leitura. E apesar de toda a sua maturidade para lidar com a situação, sempre abrindo seu coração para Ridge e respeitando o relacionamento dele com a Maggie, essa paixão foi demais. Ela aceita muito pouco, gente! Quando Ridge deixa bem claro que ama a Maggie, que Syd nunca seria sua primeira opção e que a deixaria sem pensar duas vezes, ela não devia ao menos tentar superar/esquecer/mandá-lo a pqp? Pois não. Ela aceita como se fosse tudo que ela merecesse. Ah, pelo amor de Deus, cadê o amor próprio? Cadê o sonho de ter um amor seu, só seu? Cadê, sei lá, o egoísmo? E Ridge foi cretino ao fazer isso com ela. Ao prendê-la. Ao lhe dar um teto e retirá-lo. Ao lhe dar oportunidade e depois dar meia volta. Eu, se fosse você, Syd, não aceitava, viu? Não tô nem aí que o homem pode ser maravilhoso. Eu quero, e você também deveria, querer um homem maravilhoso que me tenha como primeira opção. Eu ein!

MELHOR COISA EVER SOBRE ESSE LIVRO: Todas as músicas criadas pelos personagens, realmente existem exclusivamente para o livro e, pasmem, são realmente muito boas (!!!!!). Eu volto em breve com um post de Trilha Sonora só com as músicas do álbum também intitulado Maybe Someday. <3